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Conviver com a natureza, um bem necessário!

O convívio com a natureza produz efeitos restauradores, proporciona bem estar, harmonia e qualidade de vida. Esta alegação foi testada cientificamente durante as últimas décadas e tudo indica que a exposição aos ambientes naturais, realmente confere benefícios emocionais, físicos e cognitivos ao ser humano. Então, se este convívio é positivo, por que as pessoas não usufruem deste contato com mais frequência? Provavelmente, a urbanização, a escassez de tempo, de espaços e a falta de informação fazem com que a frequência deste convívio seja mínima.


O ecologista José Lutzemberger no seu livro “Manual de Ecologia: do jardim ao poder” (2012), afirma que a jardinagem amadora estabelece vínculos entre o homem e a natureza, aproximando-o de seus mistérios e amenizando a vida nas grandes cidades. O jardim apresenta função educativa, colocando seu proprietário como mantenedor de um pequeno ecossistema que, somado a outros, garante a existência de muitas espécies, e que em troca lhe trarão horas de prazer e alegres emoções.


"A jardinagem amadora estabelece vínculos entre o homem e a natureza, aproximando-o de seus mistérios e amenizando a vida nas grandes cidades." José Lutzemberger

Diversas pesquisas científicas ligadas ao conceito de biofilia constataram que a natureza faz bem à saúde. O termo biofilia, origina-se da união das palavras gregas "bios" (vida) e "philia "(amor)" . A hipótese originalmente proposta por Erich Fromm, psicólogo social alemão, em 1965, e popularizada por Edward Wilson na década de 80, baseia-se na conclusão de que ao longo da evolução humana, fomos "programados" para amar tudo o que é vivo, e por isso, a natureza simplesmente nos faz sentir melhor, sendo uma tendência inata dos seres humanos esta atração.

Se analisarmos o fato de que o ambiente urbano foi adotado pelos seres humanos apenas nos últimos séculos de sua existência, e que o homem passou 99,99% de seus quinze milhões de anos de evolução como primatas vivendo em meio à natureza, algo indica que sentimos falta deste bucólico convívio, pois ela nos atrai e faz bem.



A sociedade atual compra a natureza no supermercado, ou no garden center que agora está também dentro de shoppings, frequenta ativamente parques e jardins públicos urbanos para obter momentos de descontração, cresce o número de pessoas que buscam pátios privativos e as áreas de lazer condominial na compra ou locação de um imóvel. Entretanto, observamos as habitações atuais crescendo verticalmente, a iluminação natural nas edificações cada vez mais deficitária, além das pessoas passarem muito tempo fora de casa e não terem conhecimento de como manter um jardim, horta ou pomar, tornando as tarefas e a infraestrutura básica para cultivo de plantas muito difíceis (nunca ausentes!).



O Quintal Urbano compartilha a hipótese da Biofilia, por isso tem como propósito facilitar a presença da natureza dentro de qualquer espaço proporcionando bem estar e qualidade de vida com elegância e funcionalidade através de conhecimentos técnicos e criativos nas áreas do design, arquitetura, engenharias e biologia.


Através do Design Biofílico, levamos elementos naturais aos espaços construídos para chegar mais perto das pessoas, reocupando o espaço perdido do verde, permeando os espaços públicos e privados, projetando e executando a infraestrutura necessária para este convívio e dando o suporte para mantê-la sempre bonita e saudável.



Abraços com aroma de alecrim fresco!


Márcia Carneiro Luiz


Crédito da Imagem: Márcia Carneiro Luiz, Flor do Alho Poró


LUTZENBERGER, José. Manual de Ecologia do Jardim ao Poder Vol. 1. Porto Alegre: L&PM Editores, 2012.


PALAZZO JR., Jose Trud; BOTH, Maria do Carmo. Guia pratico de jardinagem ecológica e recuperação de áreas degradadas. Porto Alegre: Doravante, 2006


WILSON, EDWARD O. Biophilia. Cambridge, MA, USA: Harvard University Press, 1985.


LIDWELL, William, HOLDEN, Kritina, Butler, Jill. Princípios universais do design. Porto Alegre: Bookman, 2010.


Márcia Carneiro Luiz é fundadora e CEO do Quintal Urbano, Designer de Produtos Administradora de Empresas, Mestre em Design, Especialista em Paisagismo e acadêmica de Arquitetura e Urbanismo.


*Nota da autora: Este texto foi originalmente escrito e publicado em 28/01/2020 e atualizado em 17/07/2025. Cabe salientar que o cenário mudou muito em 5 anos (observação da proliferação de gardens centers e busca pelos espaços junto a natureza). Meus estudos biofílicos iniciaram-se em 2012, desde então, nestes 13 anos vi uma ascenção meteórica deste tema que continua em alta e acredito ser uma reta sem fim nesta direção.

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